on sábado, 12 de novembro de 2011
Me pressionava sobre uma cadeira preta de courvin
E permanecera sobre mim com olhos entreabertos,
Tinha sobre o corpo um vestido cor bonina feito de cetim
Que fiz questão de destruir pra ter seu corpo descoberto.

O rogo pra que eu passe outra noite em teu colchão,
O chá que fui buscar só pra te ver cerrar os olhos
E assistir você dormir enquanto ria sem razão
Da confusão que eu fiz só pra tentar te ter no colo.

Te cobri com o lençol e encostei de leve a porta
Me enrolei com um cachecol como se escondesse a face
Passei pelas escadas com a cabeça dando voltas
E me vi fora do prédio antes que o medo me tomasse.

Procurando em quem pensar pra não pensar em quem queria
Pensando em não querer pra não querer quem não devia
Mas há de ser, se julgas certo, sofredor sem ter por perto
Quem te fez felicidade sem angústia da saudade. 
on quinta-feira, 15 de setembro de 2011
O que tiver de ser, será,
Pois se não for,
O que há de se fazer
Se longe do que se quer
Os pés não pisam o chão,
A voz é som longe da atenção,
Ecoa sem chegar aonde deveria,
Tudo que se vê, quando se vê,
É de uma vista turva.
E até onde possa ir
Não é até onde queira chegar,
Deixa a desejar todo sucesso
Que não se tem o que comemorar.
O pessimismo é prova de fé
E a fé prova que falta algo,
Não se espera quando se tem
E não se tem se não se é,
Não ter o que é meu
Sem antes ser eu,
É mais do que justo
Ter pra si
Apenas oque possa aguentar,
Ter da vida
Apenas oque possa te orgulhar.
O que tiver de ser será,
Pois se não for,
O que há de ser
Se não apenas ser?
on sábado, 23 de julho de 2011
O ultimo poeta sou eu
E só meus versos tem sinceridade
Só meus amores tem essa vantagem
Serem lembranças da breve eternidade

O ultimo romantico sou eu
Dos que se sentem na epoca errada
E que vão sempre preferir as cartas
E ainda assumem chorar por amor

O erro que causa a derrota é meu
O grito de quem foi ferido
A traição do seu melhor amigo
E a cabeça baixa de quem assume a culpa.

Quem sente falta das palavras sou eu
E mil palavras valem tanto quanto uma atitude
Só depende de como são ditas
Só depende pra quem são escritas

O ultimo sonhador sou eu
Mesmo achando que os sonhos são perca de tempo
É que sonhar não basta
Mas é como um projeto, planejando meus atos.

O ultimo héroi sou eu
E daria minha vida por quem não sabe quem sou
Ter medo dos seus proprios problemas
Mas se sacrificar pelos problemas de alguem

O unico a lembrar sou eu
E o mundo de coisas que é triste esquecer
Recordar, e sozinho querer reviver
Aquilo tudo que não era só meu

O ultimo sentimento de vergonha é meu
O vermelho no rosto com um sorriso de timidez
A cabeça baixa, os olhos perdidos
E as palavras que não saem, mais uma vez

O maior egoísta sou eu
E ainda insisto em dizer que nunca tive nada
Quero ter comigo até quem não mereço
E olha que nem sei o que é merecimento

O ultimo a ser meu sou eu
Sou sempre alguma coisa pra qualquer pessoa
Mas nunca sei quem sou se o caso é ser alguem
Tem sempre que ser algo ao inves de apenas ser.

...
on sexta-feira, 22 de julho de 2011
A sociedade calada, a igreja tombada, a casa abandonada
O parque em que brincava, a escola em que estudava
A parede pintada, a rua asfaltada, a bola furada
O violão em que ensaiava, a fita cassete que não pegava
A fogueira apagada, a calça rasgada, a calçada ocupada
O io-io que não rodava, o banquinho em que se sentava
A revistinha rasgada, a meia furada, a casa encerada
A amoreira que amora não dava, a bicicleta em que pedalava
A lampada quebrada, a luz apagada, a noite estrelada
Todos deixaram para trás as memorias, menos eu.

on quarta-feira, 13 de julho de 2011
Descanse em paz, flor
Dorme hoje sem a luz da lua
Dorme hoje sem ter meu calor
Dorme hoje sem minha mão na tua
Dorme o sono de quem viveu dor.

Não é facil ser você em mim
Não é facil ter que ser você
Sem um outro alguem a me dizer
Que não é facil ser você sem mim.

Sonhe ser você, seja você quem for
Sonhe estar onde quiser
Que onde estiver tu terás meu amor.

Tu será minhas noites em cada fim do dia
E de toda tempestade, serás a calmaria.

Mas durma por mim, flor, pois por ti eu morreria.

on quarta-feira, 29 de junho de 2011
Queria enxergar o fim como uma tarde qualquer
Nem um clarear e muito menos o escurecer
Nem o começo nem o fim de tudo o que viria a ser

Sem ter que dizer oi e nem se despedir
Sem ter que madrugar. É cedo pra dormir

O dia que inicia frio, a preguiça que tanto me atenta
Noite, madrugada, cama tão gelada,
E um cobertor que já não me esquenta

O tédio que não é demais, o sono que não é demais
As tardes não são novidades, nem um dia que ficou pra trás

Sem meio dias e noites, as tardes que não tem metades
O fim que vem de uma vez, a vida que não se reparte
O sol que enfraquece as 3, aos poucos, sem muito alarde.

É cedo pra uma grande festa, tarde pra um simples almoço
O começo de um grande final, término de um mero esboço

Encontrar nos meus fins de tarde o fim das minhas tardes,
Tardes que nunca tem fim, fim que nunca vem tarde.

on terça-feira, 28 de junho de 2011
Eu nunca imaginei que poderia falhar, e não falhei
Eu nunca conseguí tirar meus pés do chão, mas voei
Eu não sei como fiz isso, mas gostei
Com sua mão tão perto a minha, terminei.
Você disse que queria me ver cantar, e eu cantei
Você disse que nunca me viu chorar, mas chorei
Você disse que eu deveria rezar, eu ignorei
Você me disse pra parar de sonhar, eu tentei.
Nós nunca soubemos onde chegariamos, mas andamos
Nós sempre esperamos pelo que vinha depois, mas sabiamos oque tinha agora.
Nós nunca fingimos um sentimento, apenas amamos.
Nós sempre estivemos aqui um para o outro, sem se interessar pelo que há lá fora.
Eu não gosto de apresentações, dizer quem tu és, entregar de bandeja a parte mais interessante do ser, extinguir o mistério é acabar com o prazer de infinitas possibilidades perante o que se desconhece. Não me conheço, não me apresento, não sei quem fará isso por mim. Eu gosto do que eu não sei se deveria gostar, do que eu ainda não sei se estou gostando, mas estou gostando de não saber.
Eu quero me encontrar no desconhecido, no acaso, historias que não falam de mim, mas falam pra mim tudo que eu sou, tudo que eu quero e o que eu não espero. Se todos fossem assim, talvez a busca incessante pelo que tu vens buscar aqui não acabasse. E que essas linhas sejam nossas conversas mais profundas, mesmo que você não diga uma palavra. Que mantenha a beleza do desconhecido que te faz se encontrar no que eu digo, mesmo que não sejam pra você. E não são.
Hoje eu quero ouvir conselhos de verdade, sem frases feitas, palavras bonitas, quero ouvir de quem passou por isso, quem sentiu na pele, quem viveu, morreu, morreu por viver na saudade. Chega de livros e musicas! Como podem fazer da tristeza ou da dor uma coisa tão simples e quase sempre tão linda? É descritível! Como pode? Amor e suas vertentes não deveriam ser assim, tão compreensíveis, pois não são. Porra, onde estão as brigas? Os palavrões? Onde estão os choros e as horas em que não sabia o que falar? Verso por verso, cada estrofe, mas quem consegue organizar assim seus sentimentos tão confusos? Ninguém. Hoje eu quero algo que não iluda passageiros de primeira viagem, que diga direto:
- Você ainda vai se foder!
Amor vai ser comparado com a flor que ainda nem floresceu e já desejam tocar tuas pétalas, desejo de quem ocioso almeja se encher de outro ser. Mas amor é dor de quem vive, saudade de quem viveu, desejo de quem sozinho está bem, mas ainda não sabe. Amor é fatal, é inevitável, mas se fosse tão bom seria opção. Ele vem sem pedir, a gente pede sem ver. Amor, amor, a gente nasce de tu e morre sem te entender.
Eu queria resolver com palavras as contas que eu não sabia fazer,
Na verdade eu sabia fazer,
Mas queria resolver com palavras, por isso não queria fazer.
Eu queria explodir a cabeça de alguem, com palavras,
E ver o sangue escorrendo feito sopa de letrinhas.
Eu poderia te socar, socar até minha mão pesar,
Mas eu queria fazer isso com palavras.
Te espancar, te matar, te acordar, te matar, te matar te acordar acordar,
Te matar. Independente da ordem.
Dizem que as pessoas só acordam pra vida antes de dormir,
Quando pensam em tudo, tudo que fingiram pensar durante o dia.
Dizem que a sanidade absoluta dura menos de um segundo na vida.
Dizem que a vida só começa após a morte. Então quem é são aqui?
Sonhar é quando está dormindo,
Mas eu durmo sem sonhar, e se sonho, nunca consegui lembrar,
Então sonho em acordar ou quando acordo é que começo a sonhar?
Quando faço contas, falo, e se falo, são palavras.
Eu queria resolver as coisas com palavras.
Quando te odeio, te juro maldição, e se juro, grito, em silêncio, estranho.
Covarde. Mas por mim tudo bem, se fica assim.
Eu queria resolver as coisas com palavras, mas das palavras que digo,
Todas são de você,
Só pra mim. Covardia, estranho.
Pode parecer, mas pra mim é mais vingança, ser egoísta e maior,
A ponto de não te fazer merecer nem meia palavra suja que digo de ti.
Mas egoísmo dói,
Pois ego incha, mata, de dentro pra fora, quando explode, feito balão,
Se a gente insiste em encher.
Eu queria resolver as coisas com palavras, mas se me digo, incho, me mato,
Quase que na vontade de um auto-suicídio sem nenhuma intenção,
Mas seria antes disso assassinato a redundância. E se fosse a julgamento
Por ser covarde com as palavras e obrigado a nunca usá-las. Eu,
Que faço uso delas pra poder sonhar.
Já que sonhando estou acordado, estaria assim me condenando a morte,
E morrendo, fico são. Logo,
A lucidez me traz raciocínio e inteligencia para lidar com as contas. E eu,
Que só queria resolver com palavras tudo que não sei, me condeno calcular
Quanto tempo tenho até que minha cabeça exploda por jurar a maldição
Desse sonho lúcido.
Voltei a escrever pra dizer
Que voltei a escrever pra você
Para ver que voltei a pensar em dizer
Que você deveria voltar a escrever
Que pensa em escrever pra dizer
Que pensa em me ver pra viver
Escrevendo ao mundo a dizer
Que voltou a viver ao me ver escrever
Sobre como voltei a pensar em você.
on segunda-feira, 27 de junho de 2011
Nos versos de uma bela poesia
Digo coisas que não sinto
Mas não digo que é tudo mentira
Pois você se identifica com isso.

E o que faz de mim alguém melhor que você,
Se o que escrevo não me ajuda em nada?
Não faz sorrir e nem chorar, aquele,
Que os profere essas humildes palavras.

Se eu pudesse ter a liberdade de te dar um conselho
Te diria para nunca ter medo da vida,
E sorrir diante do maior de seus medos.

Pois você pode nunca ter se entregado a alguém,
Com medo de se perder de si mesmo,
Ou nunca ter dito a ninguém seus maiores segredos.

Mas garanto a vocês, meus amigos,
Que vocês nunca verão,
Maior tristeza que a de um poeta
Que perde sua inspiração. 
Hoje vou dormir até tarde
Deixar que o sol me acorde quando ele achar que é certo
Desejar bom dia a Deus e levantar com o pé direito.
Hoje já tenho planos para a noite toda
Planejei cada segundo dentro dos meus sonhos
Mas vou fazer melhor, vou provar que estava certo quando disse
que sonhos talvez sejam perca de tempo.
Não que sonhos não existam,
só não devem ser tratado apenas como sonhos.
Porque hoje,
Percebí que amei, sem saber que amava
Percebí que o amor não nos diz com palavras
Quando é hora de perder a razão.
E eu que pensava que podia escrever sem inspiração
Hoje vejo que mesmo a poesia mais bela
Não é tão linda se esse amor não está nela. 
É como se ficar aqui fosse o mesmo que morrer
Ou pior, pois de lá contemplo sua beleza
Aqui só posso sonhar, sem poder ter certeza
de que poderia me amar para sempre.

É tudo, é o nada, uma coisa e outra
Não comando minhas ações e me perco entre as opções
Só me baseio em você pra todas a as decisões.

É como se minhas pernas falhassem ao caminhar
Meu corpo tremesse ao me levantar
O mundo começasse a me ignorar
Ou talvez eu nem mesmo estivesse lá.

Ou você já não estava aqui
E eu só queria ver você sorrir
Até o dia acabar. 
Talvez te assuste, eu assim, mascarado
Mas no fim eu me mostro criança
Que só deseja ter toda atenção
Teu olho assim, assustado, agora se espreme
Dá lugar ao sorriso, com toda razão
Eu aqui feito bobo, só me importo contigo
E nem ligaria se você me chamasse
Apenas de amigo, tudo que eu quero ser
Minhas melhores piadas contaria a você
Não sou mágico, nem sei muito bem do futuro
O que eu faço é o que eu consigo fazer
Se preciso me ajoelho aos teus pés e
Em voz alta (eu juro) te imploro
Te faço me prometer, quando você crescer
Não se esquece de mim, eu moro
Em qualquer canto, mas logo volto aqui
Pra te contar da vida, feito acalanto
Só pra te ver sorrir.
on quinta-feira, 2 de junho de 2011
É calmo o olhar
que pára meu temor
Suspende o choro imundo
Dá voz a quem calou.

É doce a voz
Que sopra aos céus amor
Grita à Deus e o mundo
Que todo mal passou.

É leve a mão
Que vem me acalmar
Põe se a afagar
O rosto que o choro inundou.

É linda a poesia
Que não vai falar de mim
Pois não sou singular
Na luta por saber quem sou.
Gira, brilha, e as cores que surgirem serão meu jardim. Vem calado, do céu, e estava em todo canto quando dei por mim. A minha volta sinto o vento que carrega o tempo, e a força como cresce o bater de asas de um sentimento, me assusta me entender e me enxergar real, queria ser tão leve e solto como um temporal, e o pesado corpo de um simples grão, desesperado sem saber que é uma rotação. E esse eterno retorno, entre eternos segundos, se fez mentira quando ela não quis mais voltar. É tão injusto separar dois mundos, mas se não fosse ela, quem iria se afastar? Eu ainda me despeço, mas vou ao fundo do poço, caso um dia você volte pra me machucar. Eu sei que dentro de ti tudo é quente e quieto, em meio a tanto barulho e o vento frio soprando. Eu sei que sou fraco, quieto, mas se não é você, então outro vento me carregando.
E vai sentir inveja, eu sei, quando descobrir que tudo em ti vem de mim, e o vento leve ao bater minhas asas, sopra pelo mundo até ficar assim. Todos te enxergam e poucos vão me ver, você só trouxe medo e eu o renascer, mas como o sol que não nasceu pra lua, eu faço minha tragédia e você faz a sua.

on segunda-feira, 16 de maio de 2011
O preço mais caro possível
É pagar com tudo que tem
Mesmo que nada tenha a se oferecer.

E se a vontade que eu tive
Nunca foi tão visível
Eu ainda a mantenho, observando você.

Eu bato meu medo contra a pressa
E não sei se atravesso enquanto o sinal está fechado pra mim.
Me contenho calado afogando em dúvidas...

E eu ainda não sei onde está todo equilíbrio
Enquanto vejo toda confusão sem fim
Só quero ouvir dizer, não sei o quê
Que as coisas que escuto já não são tão lúcidas
on segunda-feira, 25 de abril de 2011
Meu amor, sim, você é, e não me corrija se eu quiser te chamar assim, tenho toda liberdade do mundo para te querer para mim, o mesmo tanto que você tem para me dizer que não. Mas eu sei que posso e meu medo já não me diz o contrario, minhas vontades e minha fé me estimulam e eu já não vejo nada além de você que me faça duvidar disso. Meu amor, me queira bem, pois eu te quero bem mais do que você vai me querer, então apenas me queira bem.
on quarta-feira, 20 de abril de 2011
É verso demais
Pra melodia que não se encaixa
E resta crer
Que tudo é feito pra ter seu par.

Até a chuva tem sua música
E canta quando ao chão se abraça
Pode ser forte feito rock de Humberto
Ou Nando falando pra quem chorou de amar.

Me faz pensar, eu sem você
Sou de cantar pra adormecer
Em sonho triste sem canção
Não tem amor pro meu refrão.

Se for cantar sem ser contigo
Me faz pensar qualé Rodrigo
Seria mestre sem Marcelo
Ou voz qualquer, em som singelo?

Se Chico disser, venha, pego sua mão
Danço noite e dia, finge sou João
Se quer ser Maria, faz uma canção
Que eu posso ser herói
Enquanto danço feito seu pião.
on segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
E o esforço que eu fiz pra perder
Por tanto tempo me fazia lembrar
E quando esqueço de lembrar de você
Foi por tentar não relutar pra esquecer

Mas quando a cabeça falha reviver os fatos
Por um segundo fotos mostram o que já não sinto
São desenhos em porta-retratos
Que atravessam nossos labirintos

Trailers e vinhetas propagam lembranças
Flores beijam borboletas enquanto a brisa dança
Vento no cabelo, noite escura, o medo
É bela a paisagem, mas não tem sossego.

O dia inteiro encontro forças pra não me entregar
Mas na noite eu fecho os olhos e me encolho após me deitar
Quem me julga ainda fraco só por lamentar
Não sabem o que passei pra deixar tudo como hoje está.
Quem queria demais, hoje tem menos que eu
Quem sonhou acordado, não conheceu o valor da atitude
Quem acreditou no amanhã, lamenta o passar do dia
Quem lamentou o cansaço, agora perdeu o sono
Quem perdeu o que queria, deixou escapar por preguiça
Quem nunca teve fé, acreditou nas maiores mentiras
Quem esperou o que quer, nao teve por não buscar
Quem teve o amor nas mãos, não deu valor a mão que te deram
Quem amou simples fotos, nunca enxergou bem um rosto
Quem odeia a mentira, já mentiu pra vencer
Quem disse o que digo, não saberá o que fazer.