on sábado, 23 de julho de 2011
O ultimo poeta sou eu
E só meus versos tem sinceridade
Só meus amores tem essa vantagem
Serem lembranças da breve eternidade

O ultimo romantico sou eu
Dos que se sentem na epoca errada
E que vão sempre preferir as cartas
E ainda assumem chorar por amor

O erro que causa a derrota é meu
O grito de quem foi ferido
A traição do seu melhor amigo
E a cabeça baixa de quem assume a culpa.

Quem sente falta das palavras sou eu
E mil palavras valem tanto quanto uma atitude
Só depende de como são ditas
Só depende pra quem são escritas

O ultimo sonhador sou eu
Mesmo achando que os sonhos são perca de tempo
É que sonhar não basta
Mas é como um projeto, planejando meus atos.

O ultimo héroi sou eu
E daria minha vida por quem não sabe quem sou
Ter medo dos seus proprios problemas
Mas se sacrificar pelos problemas de alguem

O unico a lembrar sou eu
E o mundo de coisas que é triste esquecer
Recordar, e sozinho querer reviver
Aquilo tudo que não era só meu

O ultimo sentimento de vergonha é meu
O vermelho no rosto com um sorriso de timidez
A cabeça baixa, os olhos perdidos
E as palavras que não saem, mais uma vez

O maior egoísta sou eu
E ainda insisto em dizer que nunca tive nada
Quero ter comigo até quem não mereço
E olha que nem sei o que é merecimento

O ultimo a ser meu sou eu
Sou sempre alguma coisa pra qualquer pessoa
Mas nunca sei quem sou se o caso é ser alguem
Tem sempre que ser algo ao inves de apenas ser.

...
on sexta-feira, 22 de julho de 2011
A sociedade calada, a igreja tombada, a casa abandonada
O parque em que brincava, a escola em que estudava
A parede pintada, a rua asfaltada, a bola furada
O violão em que ensaiava, a fita cassete que não pegava
A fogueira apagada, a calça rasgada, a calçada ocupada
O io-io que não rodava, o banquinho em que se sentava
A revistinha rasgada, a meia furada, a casa encerada
A amoreira que amora não dava, a bicicleta em que pedalava
A lampada quebrada, a luz apagada, a noite estrelada
Todos deixaram para trás as memorias, menos eu.

on quarta-feira, 13 de julho de 2011
Descanse em paz, flor
Dorme hoje sem a luz da lua
Dorme hoje sem ter meu calor
Dorme hoje sem minha mão na tua
Dorme o sono de quem viveu dor.

Não é facil ser você em mim
Não é facil ter que ser você
Sem um outro alguem a me dizer
Que não é facil ser você sem mim.

Sonhe ser você, seja você quem for
Sonhe estar onde quiser
Que onde estiver tu terás meu amor.

Tu será minhas noites em cada fim do dia
E de toda tempestade, serás a calmaria.

Mas durma por mim, flor, pois por ti eu morreria.